A Gigante dos Games, a Razer, fabricante de acessórios tecnológicos dedicados a jogadores do mundo todo como Mouses, teclados e headsets recebeu uma grande surpresa após seu atual CEO receber diversas denúncias trabalhistas de ex-funcionários.
Min-Liang Tan, uma das 50 figuras mais ricas do mundo segundo a Forbes está a frente da empresa a quase 15 anos, porém uma série de denúncias reveladas pela Kotaku revelam um ambiente de trabalho conturbado e autoritário segundo 14 ex-funcionários da companhia. Tan mantinha uma postura em que ficava gritando, jogando objetos, ameaçando funcionários e se comportando de maneira hostil.
Alguns ex-colaboradores até dizem que ele era uma espécie de “ditador” que inclusive ele mesmo se auto-intitula assim, mesmo alegando usar o termo para demonstrar que o mesmo estava no comando da empresa. Outros dois denunciantes descrevem ele como “verbalmente abusivo”.
Toda a história teria começado quando um funcionário alegou ter visto ele (CEO) agredindo outro funcionário com um soco no rosto, além disso outras denúncias apontam ele agredindo verbalmente outros funcionários, lançando objetos, usando palavras de baixo calão, segundo informações reveladas pela Kotaku.
Em outros relatos foi relatado que ele mantinha a porta aberta nessas situações para “publicamente envergonhar” o funcionário.
O Depoimento
Em depoimento, Min-Liang Tan negou essas alegações em parte. “Fiz declarações com o objetivo de ‘não me faça dar um soco na cara’ ou ‘mandarei meus robôs assassinos atrás de você’, mas essas declarações foram todas figurativas ou de brincadeira”, afirmou o CEO da Razer.
“Se um produto não atender aos meus padrões, eu posso expressar insatisfação, inclusive elevando minha voz”, completa o executivo.
Segundo um representante da Razer, “a maioria, se não todos”, dos casos em que Tan gritou com um funcionário ocorreu “em um ambiente de portas fechadas, direcionado aos erros e questões em questão e com o objetivo de fornecer feedback sincero e direto para melhorar o trabalho e não para envergonhar o funcionário.”
Um outro funcionário alegou que ocorreram demissões, em 2013, pelo fato dos funcionários serem francos quanto à incapacidade da empresa de atingir as metas de vendas solicitadas pelo executivo, dentro do orçamento. Já Outros relataram que foram convidados a trabalhar durante as férias programadas, mesmo que a Razer negue ter solicitado isso aos colaboradores.
Já em outros relatos alguns funcionários dizem ter medo de serem demitidos caso não trabalhassem por tempo suficiente já que alguns contratos estipulavam mais de 60 ou até 100 horas por semana em algumas ocasiões.
Repostas da Empresa
“Quando se trata de lançamentos ou eventos de produtos, muitos de nossos funcionários trabalham horas adicionais para se preparar”, defendeu um representante da Razer.
“Isso é comum em uma startup de tecnologia. No entanto, essas são tipicamente janelas curtas que não duram mais que alguns dias. Além disso, não se espera que os funcionários trabalhem de 60 a 100 horas semanais ou durmam durante a noite no escritório.” “Embora a grande maioria de nossa equipe esteja feliz e engajada, é inevitável que um pequeno número fique descontente e infeliz”, afirmou a Razer sobre as diversas denúncias.
A Empresa afirma ter investido em treinamentos e implementado cursos de recursos humanos para todos os colaboradores da Razer porém a mesma não confirmou se Tan teria participado de algum curso sobre isso.