EUA são autorizados a usar plasma sanguíneo de curados da covid-19

Conhecida como Anvisa dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos nos Estados Unidos, anunciou que autorizou o uso de plasma sanguíneo de pacientes que se recuperaram da Covid-19 no tratamento da doença, um dia depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, acusar a agência de segurar a disponibilização de vacinas e terapias contra o coronavírus por razões políticas.

O anúncio da FDA para a chamada “autorização para uso emergencial” também vem na véspera da convenção nacional do Partido Republicano, na qual Trump será indicado para buscar a reeleição para mais quatro anos no poder, na eleição de 3 de novembro.

Um dia antes da aprovação pela agência, Trump citou o chefe da FDA, Stephen Hahn, em um tweet no qual afirmou:

“O estado profundo, ou quem quer que seja, na FDA está tornando muito difícil para as farmacêuticas conseguirem pessoas para testar as vacinas e as terapias”. […] “Obviamente eles esperam atrasar a resposta para depois de 3 de novembro. Tem de focar na velocidade e salvar vidas!”

Disse Donald Trump por meio do Twitter

A FDA, que parece ter se apressado para fazer o anúncio no domingo (23), disse que as evidências iniciais sugerem que o plasma sanguíneo pode reduzir a mortalidade e melhorar a saúde de pacientes quando administrado nos primeiros três dias de hospitalização. Não está imediatamente claro qual será o impacto desta decisão.

Questão de Segurança

A agência também afirmou que determinou que esta é uma abordagem segura em uma análise com 20 mil pacientes que receberam este tratamento. Até agora, 70 mil pacientes foram tratados com plasma sanguíneo.

“Parece que o produto é seguro e estamos confortáveis com isso e continuamos a não ver sinais preocupantes de segurança”, disse, em entrevista, Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA.

Os pacientes que mais se beneficiaram do tratamento são aqueles com menos de 80 anos e que não estavam no respirador, disse a agência. Esses pacientes tiveram uma taxa de sobrevivência 35% melhor um mês depois de receberem o tratamento.